viernes, abril 29, 2005

 

SÓ UM PENSAMENTO

Até que ponto somos preenchidos quase que sem preceber de conceitos perigosos? Melhor: até que ponto os discursos altamente tendenciosos nos atingem sutilmente e povoam nosso imaginário e sem que a gente tenha consiência disso?
Grave. Gravíssimo.
Assistindo o filme "Shrek" eu parei pra pensar nisso.
Existe um ogro verde, feio, gordo, desenhado justamente para causar essa impressão - apesar de ser muito bonzinho e fofo. E existe a princesa Fiona, linda, esbelta, uma bonequinha.
Quando assisti o primeiro filme, eu jurava numa discreta manifestação de felicidade, que iria haver um romance entre a linda princesa (ela sendo linda, atentem para isso) e o ogro verde. Eles realmente se apaixonam. Mas, como todos sabem, no decorrer do filme descobre-se que a princesa Fiona nada mais é que uma ogra (ou ogro fêmea, não sei!). Não há, portanto, possibildade de um namoro entre dois polos diferentes, se é que assim podemos chamar - digamos polos esteticamente diferentes.
Mas isso não é novidade, nãoé de hoje.
Quem nunca assistiu o conhecidíssimo filme "A bela e a fera"? A mocinha linda, do bem, esbelta, maravilhosa; e a fera grosseira, bruta, peluda, e horrenda. Ambos se apaixonam. Mas não é possível que o filme termine com o feioso namorando a linda moça. Ele sofre uma transformação, a gente sente aquele alívio e fica feliz da vida porque há uma equvalência no casal. "A bela e a fera" é só o lado inverso do final de "Shrek": porque, nesse segundo, o casal termina é feio mesmo.
Dei exemplo de dois filmes que são exibidos para crianças. Dizem que "Shrek" tem mais conteúdo para os pais das crianças do que para os filhos exatamente. Mas, de qualquer forma, o filme é exibido para crianças.
Parece que a gente cresce acreditando em algumas coisas que nos são sutilmente mostradas.
Mas será que é assim que tudo procede? Será que nós nãos estamos por demais contaminados com algumas idéias apresentadas?
Não é preciso que haja uma revolução ou um sentimento de perseguição ideológica, mas um simples questionamento sobre tudo o que nos chega, seja por filmes, música, livros ou novelas. Um pensamento é sempre interessante.


posted by Bruna Maria

 
"Libertas Que Sera Tamen"

Não há mineiro que não saiba um pouco de sua história, e durante as comemorações da semana que passou (não foi um feriado em vão) não há como deixar de falar da
"Inconfidência Mineira".
Em meados do século XVIII, as Minas Gerais ganharam destaque no cenário mundial pela enorme presença de ouro em seu território, o que atraiu um elevado número de imigrantes para a colônia portuguesa. Este movimento migratório estabeleceu uma ocupação estável em pleno sertão mineiro, de proporções continentais e, em conseqüência, consolidou-se a economia do Estado Colonial e a influência no desenvolvimento da ocupação territorial brasileira.

Foi neste período que surgiu a burguesia mineira (olha os play boys aí!). Ricos comerciantes com padrão de vida nobre foram se aglomerando nas várias comarcas administrativas, sendo a mais importante a Comarca de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), composta por Vila Rica e Mariana.

A sociedade democrática era composta por um grupo notável de poetas e homens de espíritos, artistas plásticos, compositores, padres esclarecidos, letrados, historiadores, botânicos, minerologistas, químicos, tradutores e até gramáticos, preservando-se a hierarquia social, e a sociedade civil era formada também por militares em decorrência da reforma do sistema feito pelo governo, que tornou toda a população civil em reservista da tropa regular. Não é à toa que Minas Gerais hoje se destaca pela população que mais estuda e se desenvolve em termos intelectuais, é tradição histórica!

Diante deste quadro de desenvolvimento, a colônia de Portugal (hoje a República Federativa do Brasil) achava-se em condições de subverter o quadro político-econômico vigente, destacando-se dele e formando um novo país. Aos inconfidentes mineiros estes fatos não passaram despercebidos, mas sabiam que para estabelecer um novo país independente, deveriam se apoiar em novas bases, principalmente na industrialização, sem relegar a economia mineral, que deveria ganhar novas expressões, para sustentar grande partes de toda a estrutura econômica de um novo país.

Em 1780 o governador de Minas Gerais, Dom Rodrigo José de Meneses, propôs ao governo metropolitano a liberdade das indústrias e a organização de um serviço de correios, a concessão de empréstimos aos mineiros com taxas mais baixas, a supressão das Casas de Fundição, a criação de uma siderurgia e a instalação de uma Casa da Moeda devido a estagnação da economia mineira. Suas propostas foram muito revolucionárias e configuraram a subversão do quadro colonial e sua reorganização em novas bases, mesmo que ainda colonial.

No entanto, com a queda do período aurífero, diminuíram as condições de Minas Gerais promover a instalação de um novo país, havia sim, condições objetivas tanto para a insurreição, como para a criação de um novo e independente organismo estatal, pois o povo se encontrava reunido em torno de objetivos comuns e específicos nos quais reuniam irmandades, corporações de ofícios, Comarcas e Vilas.
Mesmo assim, surgiu o movimento insurrecional de 1789, que teve características marcantes que o fizeram distinguir-se das outras tentativas de independência, mais bem elaborado e preparado que a Inconfidência Baiana de 1798 e a Pernambucana de 1801. Os Mineiros que lideraram a conspiração de 1785/1789 tinham em vista a Independência Global do Brasil, e não uma republica em Minas Gerais. O plano mineiro era em iniciar a revolta por Minas Gerais, e estendê-la ao Rio de Janeiro e em seguida as demais Capitanias.
O plano para a Inconfidência Mineira não foi produto da mente de ninguém em particular, nasceu das condições estruturais da sociedade brasileira e tinha um detalhe de fundamental importância, que era a ocorrência de um fato que abalasse profundamente o povo, e a ocasião propícia para o início do levante seria o lançamento da Derrama-Cobrança imediata e única de imposto sobre a extração do ouro, atrasados e acumulados há vários decênios.
Com seus ideais libertatórios, o líder da Inconfidência Mineira foi Joaquim José da Silva Xavier, popularmente chamado de Tiradentes. Nasceu em São João Del Rei em 1746, e, além dos trabalhos de minerador e tropeiro, foi alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais. O passo mais importante da revolução foi dado por Tiradentes que, após receber a confirmação do apoio estrangeiro, se reuniu com seus partidos cariocas e em seguida partiu para Vila Rica, aliciando pelo caminho, homens de posses e os cultos partidários da revolução, como José Aires Gomes, fazendeiro de Minas Gerais, o Padre Manuel Rodrigues da Costa e seus colegas do regimento.
A conspiração nesta época fazia-se em três planos distintos que eram: 1) em Vila Rica congregava a elite intelectual civil e do clero, e a elite comercial e os indivíduos maçons. 2) através de reuniões no Rio de Janeiro entre comerciantes e intelectuais liberais e iluministas, maçons e não-maçons. 3) e através de propaganda disseminatoria executada principalmente por Tiradentes em varias região de Minas Gerais.

Em reuniões, ficou acertado que seria implantado um regime republicano unitário, divido em províncias e departamentos, no estilo centralizado e não confederado, e a organização legal do Estado iria redigir a constituição e as leis complementares. Além disso, logo que iniciada a guerra seria implantado uma junta governativa provisória.

Um dos objetivos do movimento seria instituir como capital do novo país a Comarca de São João Del Rei em virtude de sua topografia e condições de abastecimento. Posteriormente seria instalada uma universidade em Vila Rica, e teria a abolição da nobreza e do exercito permanente e profissional passando a ser obrigatório o alistamento de todos os cidadãos. Teria a destruição, através de queima pública, de todos os registros civis de propriedade de crédito e seria mantido o sistema escravagista.

No entanto, em 18 de Março de 1789 reuniram-se os principais líderes inconfidentes nas casas de Tomas Gonzaga, Cláudio Manoel e Francisco de Paula Andrade e neste mesmo dia Gonzaga foi ao Palácio de Cachoeira tentar a última cartada junto ao governador. Porém, de volta do palácio encontrou seus colegas dispersos e descrentes, e então Gonzaga também desistiu do movimento e espalhou a notícia de que a ocasião estava perdida devido a denúncia efetuada por Joaquim Silverio dos Reis, que se deu em virtude da divisão política inconciliável entre aqueles que pretendiam a Independência com República e os que pretendiam sob a forma de Monarquia Constitucional. Com esta divisão política dos inconfidentes o plano de Independência começou a morrer.

Junto com vários integrantes da aristocracia mineira, Tiradentes foi o escolhido para liderar a Inconfidência Mineira, em 1789, mas sua pena pela petulância e movimento libertatório foi a prisão e forca, sendo executado em 21 de abril de 1792. Partes do seu corpo foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua casa foi queimada e seus bens confiscados.

Tiradentes pode ser considerado um herói nacional, lutou pela independência do Brasil, no período de domínio e exploração de Portugal. Outros brasileiros, depois dele, seguiram a mesma linha, e por causa deles hoje fazemos parte de um país livre. Como não lembrar aqui de Tancredo Neves que também morreu no dia 21 de abril e é homenageado nas solenidades deste dia.
A liberdade, apesar de um direito constitucional, está ganhando contornos de bem escasso, devido a grande violência que assola o país. Mas devemos fugir de toda e qualquer repressão, devemos seguir o exemplo de Tiradentes e buscar uma vida melhor, uma vida livre!
Beijos a todos
http://www.mineirasuai.blogspot.com/

 

"Preto é cor. Negro é raça."

Agora como mais recente integrante do BocaLibre, acho bom eu começar a dizer algo de útil. Vários assuntos me vieram à mente, mas nenhum me motivou tanto a postar. Mas vou contar um fato que lembrei ao ler o post da amiga aqui embaixo.
No colégio onde estudo (sim, estou no segundo ano ainda) me chegou às mãos um papel do Censo 2005 com o objetivo de descobrir o perfil do estudante brasileiro. Nele tinhamos que fazer a autodeclaração de cor/raça, com as seguintes opções: preto, pardo, branco, amarelo, indígena. E aí vem a questão. Por que "preto" e não "negro"?
Algo que sempre me chamou a atenção foi essa coisa de "negro". Eu costumo ser bem sincera em relação a essas coisas e nunca vi motivo para chamarem branco de branco e preto de negro. E então temos aquela frase "Preto é cor, negro é raça" é, pode até ser, mas esse conceito de "raça" também é questionável. No Brasil, não temos gente de raça "pura", mutatis mutandis, 100% negro, caucasiano, asiático, etc. Somos todos de uma única raça: a raça brasileira. Essa é a definição mais exata que se pode ter no país em relação à raça, sinceramente. Mas voltando à questão da cor. "Negro" não é cor. Ninguém me chama de "caucasiana" então acho que não seria preconceito nenhum chamar preto de preto, ué. Pelo contrário, acho que é uma atitude muito mais preconceituosa dizer que uma pessoa é negra, porque esse receio em dizer "preto" esconde por trás um certo preconceito. Mas nada contra quem prefere se expressar assim. Antes chamar preto de negro do que usar o termo "preto" de forma pejorativa, como ocorre com muita freqüência por aí.

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"Mostre sua raça, declare sua cor"

A partir deste ano, o Censo vai coletar dados sobre cor/raça dos estudantes brasileiros. A coleta será por autodeclaração, e a metodologia adotada seguirá os critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): preto, pardo, branco, amarelo ou indígena. Os técnicos do Inep responsáveis pela elaboração do questionário ouviram, além de grupos de consciência negra, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), sobre o porquê da adoção do termo “preto” em vez de “negro”, no questionário. O subsecretário de Políticas de Ações Afirmativas da Seppir, João Nogueira, explica a opção: “Esses princípios são adotados desde o século XIX pelos órgãos oficiais e, se mantidos, preservam a continuidade da série histórica”.


fonte: http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news05_04.htm

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Post Scriptum: Muito obrigada pelo espaço, Queiroz. Espero corresponder às espectativas do pessoal do BocaLibre e estarei sempre aqui para criticar, informar, conhecer e tudo mais. Bom feriado pra vocês! ^_^

 
RACISMO (ainda?!?) EXISTE.

Infelizmente, a resposta é SIM, É algo que AINDA (?!?) acontece.
Outro dia mesmo, estava conversando com uma amiga, que me contava que seu irmão estava namorando. "Niqui" ela e sua mãe lhe perguntaram se a namorada ela "loura" ou "morena", o rapaz respondeu:
- "Morena".
(Com um certo tom de indignação): - "Morena como: só de cabelo ou de pele também?"
Ele respondeu:
(Resignado): - "Os dois".
Segundo a minha amiga, a mãe dela fez um discurso de mais de 1/2 hora que não queria ter os "netos" com cabelo "pixaim" (prá vc ter uma idéia do nivel em que a conversa foi chegar...).

Agora, deixo uma coisa aqui bem clara: não me venham com xzurumelas com essa história de "moreno". Ou é branco ou é negro. Se considerarmos que no Brasil, principalmente em MG (que é o estado do BR c/ o maior índice de miscigenação, segundo dados do IBGE) que é praticamente impossível encontrar um branco que seja branco mesmo, sem nenhum ancestral com o pé na África, SOMOS TODOS NEGROS.
E sinceramente, PALHAÇADA! E daí se é NEGRO ou se deixou de ser? Negro é muito melhor que branco! Tem menos celulite, é mais forte, a pele não fica vermelha com o sol (tem menos câncer de pele), tem mais resistência física, tem o corpo mais bonito e os músculos mais bem torneados... Ou! Negro é TDB!
Ah! Só falta agora começar a ter preconceito de NEGRO contra BRANCO (que é algo que já ocorre no States...).
Tb, o que poderíamos esperar da "BUCHOLÂNDIA"???

posted by Ana Letícia








# entrada de Rockeiro de Terno @ 1:59 a. m. 2 comentarios

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